As pessoas com doença
hepática muito avançada tiveram até agora menos opções de tratamento para a
hepatite C e as respostas ao tratamento foram muito fracas quando este é
tentado com cirrose descompensada.
As pessoas com uma
classificação de Child-Pugh de classe B têm uma função hepática
significativamente debilitada e estão em maior risco de progressão para cirrose
descompensada.
Quatro grandes estudos
apresentaram resultados sobre a performance de combinações antivirais de ação
direta em pessoas com doença hepática avançada, quer Child-Pugh B ou doença
hepática descompensada.
Dra. Ira Jacobson da Weill-Cornell Medical College apresentando os resultados do estudo C-SALT. Fotografia de Liz Highleyman, hivandhepatitis.com
O ensaio C-SALT com grazoprevir e elbasvir demonstrou que um período de tratamento de 12 semanas
com os dois antivirais de ação direta curou a infeção pela hepatite C em 90%
das pessoas com genótipos 1, 4 e 6. As respostas foram melhores em pessoas com
classificações menores de Child-Pugh (<7). Os participantes
neste estudo não receberam ribavirina.
Fred Poordad do University of Texas Health Science Center, apresentando os resultados do estudo ALLY-1 study. Fotografia de Liz Highleyman, hivandhepatitis.com
De acordo com as
conclusões do ensaio ALLY-1, um regime livre de interferão com sofosbuvir, daclatasvir e
ribavirina ao longo de 12 semanas produziu taxas de resposta sustentada de 83% em pessoas a viver com
hepatite C com cirrose avançada e de 94% em pessoas que tinham recebido
transplantes hepáticos, com taxas de cura semelhantes em todas as pessoas com o
genótipo 3 para o VHC difícil de tratar.
Professor Rajender Reddy da University of Pennsylvania apresenta o estudo HCV-TARGET no Congresso Internacional sobre o Fígado 2015. Fotografia de Liz Highleyman, hivandhepatitis.com
Dois estudos de coorte de grandes dimensões também
demonstraram que o tratamento baseado em sofosbuvir e livre de interferão
tinham o potencial de curar a maioria das pessoas com cirrose descompensada, embora as taxas de cura fossem inferiores às do estudo
C-SALT. Tal, deve-se provavelmente ao facto de estes estudos de coorte com
condições reais tratarem doentes com cirrose mais grave (três quartos do estudo
HCV TARGET e 90% da coorte inglesa de acesso alargado tinham cirrose descompensada).
Estes estudos demonstraram que os danos hepáticos mais graves não afetaram a
resposta ao tratamento, mas que os doentes mais velhos (> 65 anos) e aqueles
com níveis mais baixos de albumina tinham maior probabilidade de sofrer efeitos
secundários graves, tal como o agravamento da doença hepática. Em ambas as
coortes, as taxas de resposta em pessoas com genótipo 3 eram mais baixas (39%
no HCV TARGET e entre 43% e 71% de acordo com o regime da coorte inglesa).
Houve pouca informação
sobre a melhoria ou agravamento da cirrose nos ensaios clínicos, e ainda não é
certo até que ponto o tratamento em pessoas com cirrose avançada reduz a
necessidade de um transplante hepático ou o risco de descompensação. No
entanto, os estudos de coorte demonstraram melhorias na função hepática numa
proporção substancial de doentes.
Um desafio para estudos
futuros será identificar o “ponto de não retorno” nestas pessoas muito doentes,
onde o transplante hepático poderá ser uma melhor opção que o tratamento
antiviral imediato.
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